quinta-feira, 6 de junho de 2013

Bar Água Boa: Godó, Pinga de Pitanga e Contreau da Chapada -


BUTECANDO – Por Leonardo Tavares


         Sabe aquela sensação de que o tempo parou e você está no século passado? Pois é, o Butecando de hoje achou este lugar. Pena que é longe daqui (Vitória da Conquista), mas vale muito à pena conhecer. Nosso buteco se encontra na cidade de Igatú, que significa Água Boa, próximo a Mucugê, 6 km por um caminho de pedra e íngreme. A cidade é esquecida pelo tempo, rústica, bonita e de gente simples e hospitaleira. É, meu amigo, o Butecando não é a Tim, mas é sem fronteiras. Ao chegar à cidade, depois de se encantar se informe: é fácil chegar. Lá, encontraremos iguarias da região, cerveja gelada e pingas diversas que devem ser degustadas em uma boa roda de amigos, apreciando a vista pela janela. Lá, conhecerá o Godó, que era necessidade e hoje é luxo.
        
             Hoje, na Coluna Butecando (Blogs O Diário do Oprimido, do Anderson e do Fábio Senna), o Bar Água Boa (de novo este nome?! risos), que tem como proprietários Neu e Patrícia – ele nos serve, ela cozinha. Dono de uma simpatia incrível que, quando pode, nos conta causos da região (acredite, tem muitos), Neu é um gozador. Quando alguém da produção do filme “Besouro”, que foi gravado 90% por lá, disse que beberia uma dose de cada pinga exposta no balcão, ele disse: “Coitado, não chegou nem na metade”. Vá pela aventura, pela paisagem e pelo Godó. Vá sem pressa. Lá, o tempo não passa.

            Como é na chapada, dificilmente verá crianças no local, mas é bem capaz de encontrar alguém tão sujo e suado quanto você, uma vez que estará fazendo trilhas e visitando cachoeiras na região, e chegará lá com aquela sede de cerveja gelada que só se encontra em botecos. Banheiro limpo e toalhas brancas demonstram o zelo que os donos têm pelo lugar. Como todo bom buteco, o balcão para papear está lá, junto com a presença “mulherística” do repertório musical – Marisa, Rita, Adriana, Vanessa, Gadú, Marina... Todas lá. Rolou um Pink Floyd também. Música boa em lugar legal.

            Patrícia, como já disse, é quem cozinha os pratos típicos da região com maestria, enquanto no balcão se encontra Nau e sua “coleção” de pingas variadas e sortidas. Experimente a de pitanga (delícia), mas não saia sem tomar a de laranja, o Contreau da chapada. Forte, gostosa e derruba fácil – vai ver foi por isso que o cara da produção do filme parou na metade.

             Enquanto bebe, proseia, aprecia a vista, e peça o Godó de entrada. Pirão de banana verde com carne do sertão (hã?!). Isso mesmo, banana verde. O que era comida de garimpeiro por necessidade, hoje é o luxo da chapada. Algo de outro mundo, nunca em sua vida, você vai dizer que aquilo é banana verde – NUNCA.

           Vá pelo Godó mas, também, peça o Baião de Dois – feijão verde, arroz, queijo, toucinho e tempero verde. Acompanha uma deliciosa carne de sol com cebola. Gosta de pimenta? Coma! Fui agraciado com um Pirão de Leite – este povo me mima.

Nego, é buteco. Onde mais se come, bebe, se diverte e paga-se pouco? Só em buteco se encontra cerveja gelada e ambiente descontraído.

         Lugar simples, limpo e com uma vista maravilhosa. Garimpeiros modernos que procuram sabores do passado se encontram aqui, sujos e suados – ou não! Bom lugar para se beber e conhecer história. Sabe a música do Cazuza que diz que o tempo não para?! Lá, no Água Boa, em Igatú, nem toca.

Tavares 512
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