terça-feira, 29 de maio de 2012

Bar do Liu: Fígado e Sardinhas. Por @tavares_512

BUTECANDO - Por Leonardo Tavares

Fígado. Em Conquista, nos botecos, é fácil encontrar essa iguaria e mais fácil ainda de encontrar quem retorça a cara ao falar “Disso eu não gosto”. Acho que porque nunca comeram esse, um dos melhores Fígados da cidade, em minha opinião. O endereço? Quase em Frente ao estádio Edvaldo Flores, subindo a Av. Bruno Bacelar, no comecinho do Alto Maron. Lá, amigos se reúnem para papear e, seja com Cerveja (no estilo Boteco) ou uma pinga temperada, para comer o carro chefe da casa.

        
            Estreia hoje, na Coluna do Butecando, o Bar do Liu, que tem Liu como proprietário (sério?! Não brinca), pessoa de personalidade tímida, mas cordial e resenhista, se você puder fazer parte de seu ciclo de amizades. Os mais chegados têm lugar cativo no mural de fotos que fica exposto no bar, eternizando momentos de descontração e visitas ilustres. Flamenguista de coração e dono de um tempero sem igual, ele está sempre apto a servir seus clientes.

            Do Balcão para as mesas é um pulo, mas há quem fique por lá mesmo... Às vezes, se senta perto do freezer e às vezes na calçada – nada disso importa. Na TV pode estar passando DVDs ou mesmo novela – ninguém presta atenção. A ordem é papear e quem sabe – se der sorte – você pode encontrar, na estufa, a famigerada sardinha frita à milanesa que, com limão, é ótima pra acompanhar a cerveja. O bar funciona de Terça a Sábado de dez da manhã às dez da noite, mas isso depende do humor do dono que costuma por pra fora a galera do “Fica mais Tarde”. Lê-se: os Mais chegados e cativos no Mural.

“Vamo comer o Fígado de Liu?!” Frase batida e sempre dita no lugar onde os freqüentadores se comportam como a águia mitológica que devora o fígado de Prometeu, sabendo que amanhã tem mais. Sim, esse é o “Abre alas”, o “carro chefe”, o “Filé” do local é o Fígado! – Paradoxal. Mas não posso deixar de falar da Calabresa Caseira frita (com farofa e vinagrete) e da Língua Cozida (cortada e temperada de maneira tão peculiar que tem gente que come enganado). Vale muito à pena experimentar.

Na cozinha ou no serviço à mesa, ele reveza com Nalva, a sua esposa, que compartilha do mesmo tempero e trato com os clientes. Pessoa de pouca conversa, mas sempre gentil ao servir. O Preço?! De boteco, sempre. Digno da frase: Só isso?! – mesmo depois de passar a tarde toda comendo e bebendo.

Ambiente agradável e hospitaleiro onde se reúnem amigos, família e casais tirando o estigma de que boteco é coisa só de homem. Um lugar onde Fígado e a Sardinha reinam em uníssono?! – Bar do Liu é a pedida.

Tavares 512 - Colunista do Diário do Oprimido
twitter.com/tavares_512

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Relatos da Primeira Depilação!



"Tenta sim. Vai ficar lindo..."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos m...e avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de "Calígula" com "O albergue".

Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo.
De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- Quer bem cavada?
- .é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma esp átula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.
"Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra
quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la.
Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o anus de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo: "Baixe a calcinha".... como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar?!... eu estava com
sede de vingança.
Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem para nós mulheres!

Texto de Valéria Semeraro

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Crise Mundial me deixou sem endereço

Atingido pela crise econômica mundial, fiquei sem residência fixa e sem telefone, pois tudo foi confiscado pelo leão da receita.
Qualquer assunto a tratar comigo nos próximos tempos só por email.
E como podem verificar abaixo fui obrigado a me mudar para um local sem CEP nem caixa postal. 









Nem posso convidá-los a me visitar, pois fico constrangido em recebê-los em tão modesta moradia, à deriva!
Adeus  e um  forte abraço...

Quando a situação melhorar e eu tiver um endereço fixo, comunicarei.
 Fazê o que? É a Crise!!!!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Prédio estreito em Vitória da Conquista vira atração

Dupla crava escada em fachada de prédio


São apenas 17 degraus entre uma porta de ferro e outra. Uma distância que não exige muito esforço para ser percorrida, se não estivesse cravada na fachada de concreto de um arranha-céu de Biel-Bienne, uma pacata cidade na Suíça.

Apesar de estar do lado de fora do prédio, a escada de aço e alumínio não tem corrimão nem outro tipo de proteção — ela passou apenas por um processo de anodização que protege as peças metálicas de corrosão. Mas ninguém usa a plataforma suspensa no ar a não ser a mente curiosa das pessoas que passam ali por baixo.


Os arquitetos Sabina Lang e Daniel Baumann projetaram a peça para borrar as fronteiras de percepção do público e obrigá-lo a encarar a rotina de outro jeito. A suíça e o norte-americano, conhecidos na Europa pela sigla L/B, criaram a série Beautiful Steps propositalmente na encruzilhada entre arquitetura, artes visuais, design e utopia.

A obra faz um convite para um rápido mergulho no lado onírico dos objetos do dia a dia. E ainda enfeita as paredes com a ajuda do pôr do sol.

Fonte: Casa Vogue